Qual meio de comunicação você busca se informar? Qual veículo lhe transmite credibilidade e confiança? Você costuma ler as matérias que você compartilha? Que critérios utiliza para detectar uma fake news?
SOS Online
Talvez essa e tantas outras perguntas nunca tenham feito sentido ou sejam relevantes para você. Mas olha, preciso te contar um segredo. Em primeiro lugar, no tempo em que estamos vivendo nunca foi tão inerente o clamor por justiça, paz e tantos outros adjetivos de quem deseja viver em uma sociedade do bem. Mas por que isso? Vamos fazer um teste rápido a partir das suas redes sociais.
Sem quantificar o tempo que você navega pela web ou que reserva para “se atualizar”. Quantas postagens passam pelo seu feed de acordo com seus interesses e curtidas, em cada postagem quantos comentários de seguidores? Se aquele assunto lhe desperta interesse quantas vezes você já não deu “um pitaco” (famoso palpite) ou concordou com algum comentário?
Fake News x Liberdade de expressão
No tempos de nosso avós e bisavós a comunicação era praticamente restrita. Hoje, com a chegada da nossa querida internet, que recentemente comemorou bodas de ouro, o poder das conexões extrapolou os limites físicos o que é sem dúvida algo imensurável. No artigo “Avanço da tecnologia: evolução e resultados através do tempo”, você confere outros ganhos advindos da web.
Entretanto diante de tantos ganhos infelizmente também tiveram os desajustes. Que nasceu pela facilidade e liberdade de expressão, onde todos desejam e conseguem opinar e cada opinião é tida como verdade. Em outras palavras, a internet e as redes sociais nos deram a liberdade mas não nos educaram. Como diria um velho ditado “o meu direito termina onde começa do outro”, mas infelizmente nós sabemos que não é assim.
Tudo ficou muito instantâneo e fácil. A passo de um clique, de um compartilhamento, de marcar outro usuário e tudo se explodir e dissipar em partículas. Mas até que ponto isso tudo é saudável? Qual é o real objetivo das redes sociais? Porque conseguir curtidas e visualizações a custo de notícias falsas? Porque tanto o interesse em prejudicar o outro com disparos de notícias sem fundamento? O que era interação será que não se transformou em separação?
Fake News
Em primeiro lugar, um dos resultados de toda essa instantaneidade são as notícias falsas que circulam pelos meios de comunicação. Tidas como verdade, as fakes hoje atingem veículos de imprensa, cidadãos e qualquer pessoa que tem acesso a internet.
Em suma, as fakes se disseminaram com o apogeu das redes sociais e se concentram maior em época de períodos eleitorais ou quando algum tema se destaca pela mídia. O termo em inglês (fake news = falsa notícia), já era utilizado desde o século XIX e seu principal prejuízo é a viralidade das notícias, ou seja, a rapidez com que as informações se espalham.
Fake news e política
Existem diversos motivos para se criar uma fake news, em suma os dois principais são: criar manchetes com o intuito de atrair seguidores e curtidas para o site,movimentar a publicidade digital ou o simples fato de criar boatos e prejudicar pessoas e personalidades públicas.
Por exemplo, se referindo a política, recentemente tivemos dois casos envolvendo as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2016 e no Brasil em 2018. Segundo qual, alguns grupos políticos teriam contratado empresas para o disparo de notícias ou mensagens fantasiosas e chamativas na internet.
Entretanto infelizmente isso é comum de acontecer, pois existem empresas especializadas para isso, que operam nas chamadas “deep web”, ou seja, uma parte da rede que não é indexada pelos mecanismo de busca e fica oculta para grande parte dos internautas.
Em primeiro lugar, a disseminação das notícias falsas começam a partir da criação de uma página na internet. A partir dela, a utilização de robôs criados por programadores e responsáveis por propagar o link das “notícias” na rede. Quanto mais o assunto disparado é mencionado nas redes, mais os robôs vão trabalhando, chegando a disparar informações a cada dois segundos. A partir desse imenso volume de notícias, o compartilhamento aumenta, o que cria a rede de mentira na qual pessoas reais estão vulneráveis a tudo isso. Por trabalharem de forma oculta com servidores fora do país e sem a necessidade de identificação, é difícil reconhecer os “mentirosos” e puni-los.
Fato ou Fake?
Acima de tudo não é tarefa fácil encontrar meios de acabar com as fakes ou pelo menos minimizar. Mesmo com a legislação e punição para tais crimes, não tem intimidado os “mentirosos”. Debates como a CPI das Fakes News no Congresso tem se intensificado, sugerido formas de combate e repreensão mas nada eficaz e praticado. No Brasil já existem agências chamadas de fact-checking especializada para checar a veracidade, como alguns veículos de imprensa também destinaram setores para tais serviços. Veja alguma dessas agências:
- Agência Lupa
- Aos Fatos
- Pública (Checagem Truco)
- Uol Confere (Uol Notícias)
- Boatos.org
Como citado anteriormente, fake news é tudo aquilo que contradiz com a verdade com o objetivo de prejudicar personalidades públicas. E quando verdades, notícias meramente checadas e apuradas são tidas como fake? Infelizmente situações assim podem e acontecem, pelo simples fato de não concordar com o exposto, até mesmo com uma auto defesa de opinião.
Infelizmente no Brasil durante a ditadura de 1964, veículos de imprensa e formadores de opinião viveram a censura do regime. Hoje como vivemos em um “regime democrático”, o termo censura é colocado quando vai de oposição a opinião alheia. Em outras palavras é preciso muito cuidado ao taxarmos tais situações e utilizar o termo liberdade de expressão.
Sabemos que a liberdade de expressão é um direito fundamental assegurado na Constituição Federal. Que garante toda pessoa a manifestação de opinião, ideia, pensamentos. Mas será que ter a liberdade eu posso dizer e fazer tudo o que quero?
Meios para combater as fake news
Em suma, um dos principais fatores para combater a fake news é através do “Senso Crítico”. Ter senso crítico não é copiar a opinião do outro, assim diz pesquisadores, jornalistas que participaram este ano do Seminário “Beyond Fake News” organizado pela BBC. Segundo eles, um dos objetivos das fakes é incitar ao ódio, atingir objetivos. E só irá combater essas notícias mentirosas ensinando a população a pensar criticamente e a discutir políticas públicas.
Porém existem alguns meios também simples e fáceis para checar a veracidade das informações:
- Não leia só o título, abra o link da matéria. Se por diversas tentativas o link não abrir ou detectar erro já é um motivo para desconfiar.
- Verifique quem escreveu ou se é direcionado a editoria de algum jornal ou site. Veja se o site é conhecido.
- Verifique a data de publicação, se atende a reportagens antigas divulgadas como atual.
- Não caia no sensacionalismo
- Observe o texto. Grandes canais prezam sempre pela ortografia e diagramação limpa. Se existem muitos erros ortográficos, falta de pontuação, excessos, desconfie.
- Abra a mente, não seja preso a único veículo. Procure vários modos de se informar e verificar a veracidade das informações. Quando uma notícia é verdadeira e relevante, com certeza será noticiada por outros veículos. Relevância é um dos critérios do jornalismo.
- Não busque informações apenas por rede social ou grupo de whatsapp. Não seja movido apenas por sentimento, também é preciso trabalhar com a razão.
- Na dúvida não compartilhe .
Internet e os meios de informação
Vimos que as fakes news atualmente tem sido um grande desafio para os meios de comunicação. Entretanto mesmo a grande onda de desinformação, meios e veículos de imprensa tem formado aliança com empresas de tecnologia e redes sociais em busca de segurança e recursos para redobrar os esforços na verificação de fake news e recuperar a credibilidade.
Enquanto a mídia online é umas das principais fontes de informação do mundo, as emissoras de Rádio e Tv são menos atingidas com as fake news.
O Relatório Digital 2019: Q3 Global Digital StatShot, aponta que dentre os internautas do mundo, 82% consomem notícias pela internet e dentro dessa porcentagem 52% usa as redes sociais como fonte de notícias. No Brasil entretanto essa porcentagem de consumo pela internet é 87%, seguido de 64% dos internautas que utilizam as redes sociais para se informar. Ainda segundo a pesquisa, o rádio tem sido um ótimo meio como canal de informação, atingindo 1 em cada 2 internautas no mundo.
Por outro lado, mesmo o Brasil estando acima da média mundial em consumo de informação pela internet, os brasileiros também se preocupam e desconfiam das fake news e o mau uso dos seus dados pessoais na web.
TV e Rádio são menos afetados com as fake news
Um estudo da “Trust in News” produzido pela Kantar é quem aponta que a Tv e o Rádio são menos afetados com as fakes. Segundo dados divulgados, 73% dos entrevistados acreditam que o jornalismo é importante para o país. A pesquisa avaliou a cobertura política e eleitoral do Brasil, EUA, Reino Unido e França. A profundidade da cobertura oferecida por esses dois meios é os que torna confiáveis das demais plataformas digitais.
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- Date - 31/10/2019